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domingo, março 31, 2013

nevermind

When they need you,
 you're there.
In the rest of the time ... 

nevermind

LP


Hoje estava sapeando na tv e encontrei um show televisionado da minha banda favorita de quando era adolescente. Enquanto assistia ao show, um sentimento nostálgico surgiu em mim. Observando à performance dos artistas, fui percebendo o quanto eu sinto saudade do tempo em que ouvindo e cantando (berrando) a minha música preferida eu conseguia expurgar os males, e de maneira rápida esquecer os problemas, ou às vezes até mesmo solucioná-los.
Comecei a sentir falta de como eu encarava a vida com mais paixão, sem medo de julgamentos ou opiniões, sem ressentir para tomar decisões e também toda a motivação que eu tinha para fazer as coisas que eu gostava. A adolescência não é um período fácil para ninguém, hormônios e sentimentos bagunçando tudo, insegurança e amores platônicos, paixões sem limites e promessas malucas quase sempre estão presentes na vida de todo mundo.
Mas há uma coisa que eu realmente sinto falta, não importa quão confusa tenha sido a minha adolescência, eu possuía um genuíno sentimento de força que não precisava de nada palpável para existir ou se manter. Apenas fé e confiança eram capazes de me mover, e essa permanente perspectiva generosa e positiva, a qual nos move na adolescência faz com que nós não tenhamos o que temer, além de adotar as soluções que nos parecem mais atraentes. Sem medo ou receio. Em suma, sinto falta da tempestividade, da teimosia e do egocentrismo, que é claro que trazia muitas consequências ruins, mas sempre acompanhadas de muito aprendizado.

domingo, março 17, 2013

Então...

é como correr uma maratona sendo sempre obrigado a continuar, porque não interessa saber se você quer aquilo; se você se sente bem e preparado; qualquer que seja sua forma física; não interessa o seu bem-estar. A única coisa é que você é obrigado a continuar em frente, sem linha de chegada; sem começo ou fim; se você cansar, alguém te força; se você perguntar ou argumentar, ninguém te escuta; se você parar, pode ser empurrado; se cair, é forçado a levantar-se. Não há escolha a não ser correr, seja chorando, tropeçando, esfolado, sangrando. Não importam esses detalhes, contanto que você continue incessantemente correndo. A direção ninguém se mostrou interessado a te contar, mesmo que soubessem. Então você continua a correr e correr, sem ter motivo ou intenção, sem ter sentido ou direção, apenas seguindo aquela massa interminável de pessoas correndo como você. Não é possível descrever a agonia e angústia sentida por aqueles que não se encaixam, aqueles que vinham em suas bolhas de cristal, infantis, flutuando com sonhos e fantasias, imaginando um mundo de descobertas e conquistas; e quando finalmente crescem e as bolhas se estouram, caem desnorteadas nesse mundo de correria, e pouco a pouco seus sonhos e expectativas somem, desmancham, são esquecidos ou viram bobagens deixadas de lado; fazendo-os mais uma gotícula nessa onda sem fim. E claro que existem aqueles que se adaptam rapidamente, geralmente são os mais espertos, mais rápidos e/ou os mais fortes; ou ainda aqueles que simplesmente acreditam, e se completam com aquela corrida, que aparentemente é sem sentido, mas que para eles é o que dá sentido ao mundo. Sendo um ou sendo outro, a mim ambos causam certa inveja, porque mesmo que você pense que é diferente e que não se encaixa no mundo, se este sentimento não te causa dor e sofrimento todos os dias, então você ainda tem salvação. Quanto a mim, olho ao redor e sinto inveja daqueles que correm. Uns parecem até graciosos, outros despreocupados, outros zelosos demais, vários daqueles competitivos, milhares de tipos de corredores. E eu sinto inveja de todos eles, porque pareço uma piada, de mal gosto. Fraca, covarde, torta; completamente inapta a correr, e no entanto, jogada neste mundo. Olho ao redor e não vejo muita gente que ainda preserve o cristal, o cristal dos sonhos, uma esfera perfeita, porém extremamente pesada, que dificulta meus já terríveis movimentos, e que eu escondo da maneira que posso. Escondo porque a maioria já se livrou das suas e tentariam me convencer de que eu deveria me livrar também. E escondo porque ela é altamente preciosa para mim, é o meu tesouro e os meus segredos, é a junção dos meus sonhos com a minha verdadeira essência. Se perder a esfera, significa perder a mim mesma, se significa deixar de sonhar e de preservar o meu cerne, então prefiro sofrer, continuando a carregar o peso, a correr desastradamente, a me ferir, a cair, a prosseguir; até que eu encontre uma saída. Porque para sempre confiarei que ela existe, e vou guardar a minha esfera para tal momento, pois creio no caminho calmo e estreito onde é possível caminhar passivamente, observando a beleza e se inteirando à verdadeira grandeza.

sexta-feira, março 08, 2013

Fragmentos de uma conversa... de um desabafo...de uma confissão


é que eu não tenho sangue frio
sou completamente sem noção
porque eu falo e faço as coisas sem pensar direito em  como as pessoas vão enxergar minhas atitudes
as pessoas também não medem as palavras quando falam com a gente
sim... eu também penso assim...
nunca senti preocupação de ninguém ao falar comigo, sinto no máximo falsidade
mas aquela falsidade social, sabe?
do tipo, "Ah não posso falar mal de alguma coisa que ela gosta, porque é feio... então vou concordar"
e coisas do tipo
sei lá... acho terrível esse tipo de coisa
ele sempre briga comigo, porque às vezes as pessoas são “sensíveis”
qualquer coisa que você fala eles levam pro lado pessoal, e guardam "rancor" por isso
pra na primeira discussão jogar na sua cara
o tipo de futilidade que eu sempre esqueço...
bem... acho triste e mesquinho coisas assim...
quanto mais velha eu fico, mais tenho a certeza de que família é bom em festa, pra ver de vez em quando
porque quando a gente cresce, e começa a se tornar o que nossos pais não esperam, e em contrapartida, nossos pais começam a envelhecer e a gente não sabe mais como lidar/conviver com eles... as começam a ficar tensas
tenho mesmo a impressão de que se alguém visse a minha vida de fora, diria que eu sou sem noção, ou sem coração... ou até que ajo de forma completamente errada
mas a verdade é que não sei como agir... então acabo sendo eu mesma, verdadeira... sem dó
o resultado é que estou errada!
 é que errada ou certa, prefiro não me arrepender depois... porque mesmo que as consequências não forem as minhas intenções, ao menos saberei que de qualquer maneira, faria tudo do mesmo jeito se voltasse no tempo, pois aquela era verdadeiramente eu
*reflexões de uma tarde de sexta-feira*
eu entendo isso perfeitamente
o problema é que ser "eu" muitas vezes é sinônimo de deixar as pessoas fazer o que quiserem
porque eu me sinto vulnerável, sei lá
a gente é parecido, mas você é tão contrário a mim...
muitas vezes ser eu é sinônimo de impedir que as pessoas façam o que quiserem comigo..
meu orgulho é sempre uma barreira.. e às vezes isso é bom, mas também às vezes é ruim
só que.. não consigo encontrar motivos plausíveis para me livrar dele...
entendo que, são meus sentimentos fortes que impedem o mundo de me ferir ainda mais..
porque eu posso ser desacreditada e infeliz com relação ao mundo, mas ao mesmo tempo, os motivos que me fazem sentir a raiva, são os mesmos que me ferem...
é engraçado admitir mas, sou quase tão vulnerável quanto você, a diferença é que eu tenho uma muralha, que impede os olhos, mas nem sempre os tiros

Poema da Mulher


Que mulher nunca teve
Um sutiã meio furado,
Um tio meio tarado
Ou um amigo meio viado?

Que mulher nunca tomou
Um fora de querer sumir,
Um porre de cair
Ou um lexotan prá dormir?

Que mulher nunca sonhou
Com a sogra morta, estendida,
Em ser muito feliz na vida
Ou com uma lipo na barriga?

Que mulher nunca pensou
Em zunir uma panela,
Jogar os filhos pela janela
Ou que a culpa era toda dela?

Que mulher nunca penou
Pra ter a perna depilada,
Pra aturar uma empregada
Ou pra trabalhar menstruada?

Que mulher nunca acordou
Com um desconhecido ao lado,
Com o cabelo desgrenhado
Ou com o travesseiro babado?
                                  
Que mulher nunca comeu
Uma caixa de Bis, por ansiedade,
Um alface, no almoço, por vaidade
Ou, um canalha por saudade?

Que mulher nunca apertou
O pé no sapato pra caber,
A barriga pra emagrecer
Ou um ursinho pra não enlouquecer?

Que mulher nunca jurou
Que não estava ao telefone,
Que nem pensa em silicone
Ou que "dele" não lembra nem o nome...





FELIZ DIA DA MULHER!!! =D